quinta-feira, 22 de abril de 2010

Diretas Já

Diretas Já era o nome do movimento que exigia eleição direta para presidente durante o processo de abertura política nos anos 80.

A constituição militar previa a escolha indireta do presidente que sucederia Figueiredo mas a opinião pública queria reformá-la. Para isso precisava-se de 2/3 dos votos no Congresso.

Em 84 o deputado Dante de Oliveira apresentou a emenda das diretas com manifestações populares de apoio em vários estados exigindo a aprovação.

O Congresso da ditadura rejeitou a emenda e a eleição foi indireta, ainda pelo "colégio eleitoral militar".

Indiretas Já seria o nome apropriado para o movimento conduzido por Ulisses Guimarães e que mobilizou a sociedade.

É que os pensadores da Escola Superior de Guerra haviam elaborado a Teoria do Autoritarismo e tudo estava em marcha.

A Teoria do Autoritarismo previa a saída honrosa dos militares de cena e a transmissão do poder aos civis "sob condições".

A primeira delas: negar que houve ditadura. Os excessos seriam esquecidos e se daria a conciliação das Forças Armadas com o povo brasileiro.

Antes mesmo da nova Constituição livre e soberana de 88, como parte do plano, o Congresso já havia removido o chamado "entulho autoritário", aprovando um pacote de medidas que revogava disposições que limitavam os direitos políticos.

Pela Teoria do Autoritarismo, o presidente civil seria indicado pelo colégio eleitoral dos militares e ainda não pelo voto popular - o que de fato ocorreu com a escolha de Tancredo Neves-José Sarney.

Assim legitimado, o regime se caracterizava não como uma ditadura militar mas como um "governo autoritário".

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