Sucessão de Costa e Silva
Em manifesto, um almirante apontou que a sucessão estava na verdade sendo decidida por um “colégio eleitoral” de 107 generais do Exército.
“As tropas eram mantidas à distância pelo semi-segredo da operação à custa de decisões tomadas em reuniões secretas da cúpula de uma Arma”, dizia o documento assinado pelo almirante Melo Batista.
O manifesto lançado a 2 de outubro de 69 também fez um diagnóstico da situação do país após cinco anos de administração militar. Trecho do documento apontando que havia:
- situação econômico-financeira preocupante, agravada por uma política distorcida, que tornava a União cada vez mais rica e o povo cada vez mais pobre
- a descapitalização da iniciativa privada, com número crescente de falências, concordatas, protestos, transferência de controle acionário de indústrias básicas para grupos estrangeios
- o empobrecimento alarmante da agricultura e do povo a ela ligado
- a amargura nos meios operários, submetidos a um custo de vida muito superior em elevação ao aumento de salários
- o processo de pré-guerra revolucionária que encontrava receptividade no seio da população
- a insatisfação nos meios estudantis, apenas contida no momento pela prisão ou exílio dos líderes
- a eliminação dos quadros políticos e das lideranças populares, não apenas pelo imperativo do processo revolucionário, mas simplesmente para facilitar o controle estadual por parte de determinados grupos
- a desmoralização e marginalização proposital dos políticos, de forma a entregar o governo da nação exclusivamente aos militares.
Marinha Ganha Espaço
O documento do almirante provocou a edição de um ato institucional para sua punição.
O AI 17 de 14 de outubro de 69 permitia transferir para a reserva militares que, embora com serviços prestados, atentassem "contra a coesão das Forças Armadas".
Atingido pela primeira aplicação do AI 17, Melo Batista foi transferido para a reserva pelo período de um ano.
Mas o protesto deu frutos e o vice de Medici na presidência seria o Almirante Augusto Rademacker, representando a Marinha...
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Exército joga sujo com as Forças Armadas, acusa a Marinha
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